ENTRE A VIDA E O ETERNO – unindo filosofia e fé.

“Onde a morte estiver, não estaremos; aonde estivermos, a morte não estará.”

(Gladiador 2)

Assim se inicia o discurso — como um brado de guerra contra o inimigo mais antigo da humanidade. Não é apenas coragem diante do fim, mas a declaração de que a vida, enquanto presente, é território inviolável. A filosofia pode reconhecer a finitude, mas o Evangelho proclama algo ainda mais ousado: a morte foi vencida.

Para quem está em Cristo, a morte é um portal, não um abismo. Ela não é senhora do tempo, mas serva do desígnio divino, aparecendo apenas quando o Autor da vida disser “é hora”. Até lá, todo passo é campo conquistado, todo fôlego é ato de insubordinação ao nada.

Onde estamos, Cristo está. Onde Cristo está, a morte não governa. Não há espada, doença ou tragédia capaz de arrancar um filho de Deus da mão do Pai (Jo 10:28). Isso muda tudo: o agora não é um corredor para o inevitável, mas um campo de batalha onde cada gesto de amor, cada ato de fé, cada palavra de esperança é uma vitória sobre o último inimigo.

O mundo teme a morte porque não conhece a ressurreição. Mas nós a conhecemos não como doutrina fria, e sim como fato histórico e promessa viva. A cruz não foi derrota; foi emboscada. Na manhã do terceiro dia, a morte foi saqueada e humilhada. Desde então, ela pode ainda rugir, mas já não pode reinar.

Por isso, vivemos como soldados que já ouviram o toque final da trombeta. Marchamos pela vida sabendo que, quando o limiar for cruzado, não entraremos em escuridão, mas na sala do banquete. Lá, não há luto nem dor, apenas a voz do Rei dizendo: “Está consumado, vem e participa da alegria do teu Senhor.”

E até que esse dia chegue, que cada amanhecer seja vivido como quem empunha espada contra o vazio — pois onde estivermos, a morte não estará.