RONDEL DA CARGA DESFEITA
Carrego o mundo nos ombros, sim,
Mas aos poucos vou libertando
O peso que venho acumulando,
De tudo que está além de mim.
Uma ou outra tonelada, enfim,
De fardos que venho despejando...
Carrego o mundo nos ombros, sim,
Mas aos poucos vou libertando.
Já não me iludo com o jardim
De dores que vou desfolhando;
E sigo, mesmo tropeçando,
Mais leve dentro e fora de mim:
Carrego o mundo nos ombros, sim.