POEMAS, PÉTALAS E VENTOS!
TENHO SÉRIOS POEMAS NA CABEÇA (Autor: Pedro Salomão)
Capa Meu Diário Textos Áudios E-books Fotos Perfil Livros à Venda Livro de Visitas Contato Links
Textos

QUEM É BOM, NÃO É JUSTO!

 

A frase "Quem é bom, não é justo" carrega uma reflexão profunda sobre o conflito entre a bondade emocional e a justiça racional. Ao dizer que o bondoso age pela emoção e compromete a razão, surge o questionamento: até que ponto a bondade, quando conduzida apenas pelo coração, pode ser considerada um desvio da imparcialidade que a justiça exige?

 

O papel da emoção e da razão. A bondade é frequentemente associada à empatia, à compaixão e ao desejo de ajudar o próximo. No entanto, essa mesma bondade, quando baseada unicamente na emoção, pode levar a decisões enviesadas. Por exemplo, ao tentar aliviar o sofrimento imediato de uma pessoa, o bondoso pode ignorar os efeitos colaterais dessa escolha para outros envolvidos na situação. A emoção impulsiona a ação, mas nem sempre considera o contexto mais amplo ou as implicações futuras.

 

Por outro lado, a justiça exige equilíbrio e imparcialidade. Não é uma questão de insensibilidade, mas de analisar as situações de maneira objetiva, garantindo que todos sejam tratados de forma equitativa. Isso requer ponderação, análise racional e, muitas vezes, a capacidade de colocar limites à empatia para alcançar o que é justo.

 

O perigo do desequilíbrio. Quando alguém age apenas pela emoção, corre o risco de criar injustiças, mesmo que não intencionalmente. Imagine um professor que, com pena de um aluno que não entregou uma tarefa no prazo, decide aceitar a atividade atrasada. Essa decisão, embora bondosa, pode ser injusta com os demais alunos que se esforçaram para cumprir o prazo estipulado.

 

Da mesma forma, a busca pela justiça sem qualquer espaço para a empatia pode tornar decisões frias e desumanas. A rigidez da razão pode ignorar nuances emocionais ou circunstanciais que fazem parte da vida humana. O desafio, portanto, está em equilibrar a razão com a emoção, unindo bondade e justiça em harmonia.

 

Bondade e justiça: antagonizam ou complementam-se? Embora a frase sugira um antagonismo entre bondade e justiça, elas não precisam ser opostas. O ideal é que ambas coexistam. A bondade pode ser a força que humaniza a justiça, enquanto a justiça pode ser o norte que impede que a bondade se torne cega.

 

Na prática, isso exige autoconsciência e esforço contínuo. Antes de tomar decisões, é fundamental se perguntar: Essa escolha é justa para todos os envolvidos? Estou sendo influenciado apenas pela emoção? Essas reflexões ajudam a evitar que a bondade comprometa a imparcialidade e que a justiça se torne insensível.

 

Conclusão. "Quem é bom, não é justo" nos convida a pensar sobre o equilíbrio necessário entre emoção e razão, entre bondade e justiça. A bondade é uma virtude essencial, mas sem a bússola da razão, pode se perder. Da mesma forma, a justiça é indispensável para a convivência harmoniosa, mas sem o toque humano da bondade, pode se tornar fria e punitiva. O verdadeiro desafio é construir um caminho em que bondade e justiça caminhem juntas, guiando nossas ações de maneira

equilibrada e íntegra.

 

 

Jeovan Rangel
Enviado por Jeovan Rangel em 23/02/2025
Alterado em 23/02/2025