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TENHO SÉRIOS POEMAS NA CABEÇA (Autor: Pedro Salomão)
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"EU FAÇO QUESTÃO!"

 

"Valorize a expressão: 'eu faço questão' que as pessoas fazem por você."  (Frase: Danilo D).

 

Há quem passe a vida inteira sentindo que ninguém jamais fez questão de sua presença. Um sentimento silencioso, quase imperceptível para os outros, mas devastador para quem o carrega. É como se a pessoa estivesse sempre à margem, observando os gestos de carinho, cuidado e prioridade que os outros recebem, sem nunca experimentá-los de fato.

 

Esse vazio pode ser ainda mais profundo dentro do próprio lar. Há pais que não recebem ligações dos filhos, que nunca são esperados ou sequer percebidos. Há membros da família que atravessam os dias sem notar a presença – ou a ausência – de alguém que, por direito, deveria ser prioridade. E assim, a solidão vai se construindo, não pela falta de companhia, mas pela ausência de gestos que dizem: “Você é importante para mim”.

 

“Eu faço questão.” Essas palavras, simples à primeira vista, carregam uma força imensa. Elas traduzem cuidado, afeto, pertencimento. Quando alguém faz questão, não é apenas um ato – é uma escolha consciente de colocar o outro no centro, de demonstrar que ele tem valor, que ele importa.

 

Mas o que acontece quando esses gestos nunca chegam? Para quem vive a ausência, o “eu faço questão” dos outros se torna algo distante, quase um sonho. É impossível não se perguntar o que há de errado, como se a culpa pelo descaso fosse uma falha própria. Mas não é. O valor de uma pessoa não se mede pelo quanto os outros a notam ou priorizam.

 

E ainda assim, mesmo sem receber, há quem escolha fazer questão pelos outros. Talvez por compreender o impacto da ausência, ou talvez porque, no fundo, fazer questão é um ato que transcende a reciprocidade. É uma declaração de humanidade, de empatia, de amor incondicional.

 

Os pequenos gestos – um olhar atento, uma palavra de incentivo, um simples “estou aqui” – podem parecer insignificantes para quem os faz, mas para quem os recebe, são um bálsamo. Eles têm o poder de preencher vazios, de quebrar ciclos, de construir laços que vão além das palavras.

 

E essa é a grandeza do “eu faço questão”. Não exige extravagância, apenas presença. Não precisa de gestos grandiosos, mas pede coração. É um lembrete de que todos podem escolher enxergar o outro, dar valor ao outro, e, ao fazer isso, transformar vidas – incluindo a própria.

 

No final, fazer questão não é apenas um gesto para o outro. É um compromisso com a ideia de que todos merecem ser vistos, ouvidos e acolhidos. E mesmo para aqueles que nunca receberam isso, há uma força imensa em oferecer. Porque, às vezes, ao fazer questão de alguém, aprendemos, enfim, a fazer questão de nós mesmos. 

 

Jeovan Rangel
Enviado por Jeovan Rangel em 31/12/2024
Alterado em 31/12/2024