NÃO PROMETAS! SE PROMETERES, CUMPRA-SE!
Querendo escrever algo sobre indivíduos doutores em fazer promessas e não as cumpris, foi ler a Bíblia, e deparei-me com Mateus 5. 33. “Outrossim, ouvistes o que foi dito aos antigos: não perjurarás, mas cumprirás teus juramentos ao Senhor” esbarrei-me na palavra Juramento e fui pesquisá-la. Segundo Aurélio, jurar é: “Declarar ou prometer solenemente; afirmar sob juramento, afirmar categoricamente; afiançar: prometer formalmente; afirmar”. Exatamente o que eu queria para poder, com autoridade bíblica, falar sobre o assunto. O texto que já havia sido dito aos antigos: “Não perjurará” que segundo Aurélio é jurar falsamente, diz depois, “mas cumprirá teus juramentos”. O que o texto nos diz é que não devemos prometer se a promessa não estiver em conformidade e reverência a Deus e, principalmente, se o prometer está sendo superficial e sem qualquer intenção de ser cumprido. Era exatamente isso que os judeus faziam. Jesus então cita a lei e acrescenta: “de maneira nenhuma jureis...” ou, de forma alguma, prometam alguma coisa, sobretudo, se não tiverdes a intenção de fazer o que prometera, “... seja, porém, o vosso falar, sim, sim; não, não: pois o que passar daí, vem do maligno”.
É sugestivo o ensino do Senhor, especialmente quando estamos rodeados de pessoas mestras em fazer promessas e não as tornar reais. Existem pessoas assim, mesmo dentro de nossas igrejas. É triste, mas é verdade!
O doutor promete está em todos os lugares. Você diz para ele rapaz, eu estou com um problema sério de baratas em minha casa... Antes de você concluir, ele aponta o dedão para sua cara e grita: - Vou lá amanhã mesmo e vou dedetizar tudo para você e mais, vou levar uma manta de carne de sol para a gente comer com aipim, você vai ver. Promessa pequena para o doutor prometeu é bobagem. O sujeito não quer ficar apenas na dedetização, ele tem que prometer carne também. Sabe por quê? É que prometer para ele é como fazer xixi, deu vontade, ele vai lá e faz (risos). O cabra só promete coisas boas, para ele! Ele te encontra na rua e vai logo bocejando: - vou almoçar lá na sua casa hoje! Aí, não conhecendo a peça, a gente vai para casa e pede para a mulher fazer aquele almoço caprichado. Toalhas novas, pratos novos, cardápio de restaurante. Sentamos à mesa e esperamos o prometeu's. Percebendo que fomos deixados, decidimos comer; e comemos. Comemos durante toda semana a mesma comida para não ter que jogá-la fora.
Esse tipo não é graça, quando o assunto é prometer e não cumprir, é com ele mesmo. Noutro dia, estamos na rua e, de repente, quem vem lá? Ele, de novo, o prometeu's. E antes que falemos qualquer coisa, ele olha para o nosso pé, faz aquela cara estranha, põe a mão no queixo e, sem mais nem menos, vaticina: vou te dar um sapato novo! O cara é sem-vergonha mesmo. A gente está doido para dar uns sopapos nele, e a pessoa na cara dura promete um sapato novo! E olha que ele não está em seu melhor dia. Quando está, o cara é uma loucura!
Já ouvi um desses – participando de uma conversa sobre as necessidades da igreja – dizer para o pastor diante de toda liderança: pastor, vou comprar um avião para a igreja (risos).
Sério! Ele falou sério, com toda a convicção do mundo, evocou até o nome de Jesus! Nós é que rimos um bocado porque já conhecíamos a figura (risos).
Agora, falando sério. O que mais a gente encontra mesmo é aquele Prometeu's , humilde, do tipo simplório, matreiro. O cara é um poço de modéstia. Esse é sempre muito reverente e submisso, limita-se apenas às promessas mais simples do tipo: sábado que vem vou lavar o teu carro; próxima semana vou lá capinar o teu quintal, pintar o muro de tua casa.
A gente olha para o mequetrefe morrendo de saber que ele não vai fazer coisa nenhuma do que está dizendo. Dá até vontade de dizer umas verdades, mas, aí, a gente deixa para lá e, às vezes, até agradecemos de antemão a “sincera” boa vontade do foreiro, entendendo que é da sua natureza prometer e não cumprir. A vida do cara já é uma promessa, para não dizer outra coisa.
Relaxados que estamos, entregamos tudo a Deus e aplicamos a palavra do Mestre Jesus, versículo 39 do capítulo 5 de Mateus: “Eu, porém, vos digo: não resistais ao homem mau...”. O que para Champlim, "não há uma descrição para pessoas assim, elas simplesmente são usadas pelo mal como instrumento, e o próprio Jesus fala dessas pessoas más e das circunstâncias criadas por elas para enredar as pessoas menos desavisadas, e mais; que nós não devemos nos vingar delas, porém, nos defender, nesse caso, dos prometedores alheios".
Sabe por que precisamos nos defender? Porque quando acreditamos em indivíduos assim, criamos expectativas em nós por conta dessas promessas feitas sem qualquer intenção de se tornarem realidade. Nos enchemos de esperança, nos renovamos e depois que as coisas não acontecem, ficamos frustrados, desapontados, magoados com aquela pessoa e, na maioria das vezes, adoecemos. Então, vamos nos proteger dessa gente que fica brincando com a nossa necessidade? Se proteja e também proteja as pessoas que você ama.
Contrapartida, se você deseja fazer algo por alguém, não prometa. Não seja político, espere chegar o momento, e quando chegar, vá lá e faça. Você não pecará porque não prometeu, pecará, por fazer a promessa e não a cumprir.
Entenda-me! Quando você promete algo a uma pessoa e não cumpre, você a está desrespeitando. Estará se depreciando diante daquela pessoa. Sua fala cairá em descaso e isso, será um efeito cascata. Logo todos conhecerão você como aquele em que não se deve acreditar na palavra. E isso será ruim. Ruim para você; ruim para a igreja; ruim para o reino de Deus!
Então, meu irmão! Cumpra aquilo que você tem prometido, é o que de nós espera o Senhor! Ainda que o cumprimento não seja por tempo prolongado ou por todo tempo. É o que ele nos manda em Sua palavra.
Mesmo que por brincadeira, não prometa nada se a sua intenção não é de cumprir; pois, quem ouvir a sua promessa levará a sério, e ficará esperando o cumprimento dela. Isso é terrível!
Deixe-me dividir com você uma experiência minha. Certa vez, uma igreja estava me enviando numa missão para outra região do nosso estado. A esse tempo estava depauperado, pobre de Jó – como diz um pastor amigo meu – O pastor da referida igreja convocou o conselho e sugeriu que fosse feito um enxoval para mim, já que o lugar para onde ia era inóspito, não havendo lojas onde se pudesse comprar determinadas coisas ainda que tivesse dinheiro.
Sugerido então que cada um fizesse uma promessa daquilo que queria e podia dar, iniciou-se o leilão!
Os demais, prometeram e cumpriram; outros, não fizeram qualquer promessa; outros restantes, prometeram e nunca honraram. Como dizia a minha avó: a promessa virou bufa de alma!
Entretanto, dentre aqueles que prometera e não cumprira, destacou-se um prometeu s. Não pelo que prometera e, sim, pela necessidade que eu tinha àquele momento do objeto por ele prometido. Lembro-me quando ele, levantando-se com dedo em riste, apontado em minha direção, voz embarcada de emoção, disse: vou te dar um terno e um sapato novo. Lembro-me também que, ao fim da reunião, ele, aproximou-se de mim, abraçou-me, beijou-me o rosto e confirmou novamente a sua oferta a meu favor.
Naquele momento, eu vibrava por dentro, entretanto, de tudo processado ali naquela reunião, a minha vibração se dava por conta do bendito sapato que eu iria ganhar. O sapato me tirou o chão. Não porque era o presente mais caro, mas porque era o que mais estava precisando naquele momento. Eu estava indo por campo pregar evangelho, eu não tinha como comprá-lo, e ir para onde eu ia sem sapato seria um pouco difícil. Imagina como eu me sentia? Eu, um poço de ansiedade, fiquei em urtigas esperando o sapato. Enfim, chegou o dia de ir embora. Com o ônibus já saindo, eu me colocava quase todo para fora da janela como um cachorro de madame andando de carro pela primeira vez, olhando para todos os lados a espera de ver aquele irmão chegar nos últimos segundos do acréscimo da prorrogação com o sapato em suas mãos, correndo atrás do ônibus e gritando: o sapato, o sapato!
Fui embora para minha missão, lá, eu continuei a esperar aquele sapato por muito tempo. Mas, não perdia a esperança. Eu dizia para mim mesmo, ela vai mandar pelo correio no próximo mês. Passa-se um mês, e nada! Eu dizia novamente, ele deve estar apertado esse mês, mas o mês que vem ele vai mandar. Eu continuei a esperar, e até hoje espero. Ainda espero, não porque preciso daquele sapato e, sim, porque a promessa, até esse momento, enquanto escrevo, não se cumpriu.
De verdade? Hoje eu tenho certeza de que não havia maldade no coração daquele irmão, ele é uma boa pessoa. Prometeu por prometer; mas tenho certeza também de que ele não sabe até hoje o mal que me causou. Há gente assim, que brinca com Deus, com a igreja, com as verdades espirituais e com as pessoas. Vivem fazendo promessas sem a menor condição ou intenção de as cumprir. Faz almaticamente querendo aparecer, ou faz para inglês ver, e para ficar bem diante das pessoas. Faz sem pensar nas consequências. Por essa razão é que Jesus diz: “… seja, porém, o vosso falar, sim, sim; não, não: para o comentarista Champlim, a repetição do ”sim, sim, não, não” é exatamente a confirmação ou não da verdade, é a certeza de que de fato o indivíduo irá cumprir aquilo que prometeu, ou não! A honestidade da pessoa e a confiança em sua simples palavra e a sua honestidade deve ser inspirada pela consciência da presença de Deus em sua vida, e quando cônscia da presença de Deus, passa a ter responsabilidade para com Deus e para com o seu próximo, não se passando por fanfarrão, paroleiro e mentiroso.
Amigo, leitor! As pessoas que assim agem cairão no descrédito, ficarão sem moral diante das outras; sendo cristão, então, pior. Denegrirá a sua imagem, a imagem do evangelho do Senhor e à Sua igreja. Deixemos de prometer facultativamente. Não há nenhum pecado em não se fazer promessa. Não há nada que nos obrigue a isso, entretanto, se prometermos algo a alguma pessoa, movamos os céus e os mares, mas cumpramos aquilo que prometemos. Isso é o mínimo que Deus deseja de nós. Sejamos honestos conosco e, principalmente, com os outros. E Deus honrará a nossa honestidade, em Cristo!