DEIXEI DE SER EVANGÉLICO
Não gostaria de criticar, nem mesmo julgar o povo evangélico, mas… Na verdade, gostaria apenas de fazer um resgate da palavra “CRISTÃO” que nós, os crentes, usamos durante muitos anos. Hoje, dificilmente ouço alguém dizer que é cristão-crente. Por quê? Parece-me que a palavra "CRISTÃO" soa como alguém que é muito "bitolado" nas suas relações com a igreja, com a Bíblia e com Deus. Crente é alguém ultrapassado, alguém que não tenha se contemporanizado, alguém que parou em relação ao mundo que não se atualizou. CRISTÃO CRENTE é aquele que não tem muito diálogo, que é uma pessoa muito radical. Que não aceita templos pintados de preto, jogos de luzes, bailarinos (as) Cristão-Crente é sinônimo de uma pessoa, como no jargão popular, quadrada.
Já observei alguns irmãos que trabalham comigo e muitos outros de várias igrejas, que quando questionados se são crentes respondem: sou evangélico. (Termo derivado do inglês: gospel). Parece que dizer hoje, ser cristâo-crente, é vergonhoso; e, por outro lado, ser evangélico dá ibope, status, é chique. Hoje, todos querem ser evangélico. A globo que sempre foi terminantemente contra os evangélicos, hoje, está lançando CDs evangélicos, pela Som Livre. Quem poderia imaginar que um dia isso fosse possível? Carla Peres evangélica, Xande, Gretchen e até o presidente dos EUA Barac Russeim Obama. Todos são Evangélicos! Quem é que não quer ser evangélico? Evangélico é o nome da moda, do neo, dos holofotes que, aliás, foi cunhado pela mídia nas matérias editadas sobre as igrejas mencionando-as como evangélicas, e ela mesma, se encarrega em manter o vocábulo lá em cima.
Mas, qual a diferença entre ser cristão-crente e ser evangélico? Talvez esteja enganado, mas me parece que ser evangélico é alguém mais agradável, mais sofisticado, mais descolado, que não é tão radical, não tão “bitolado", enfim, uma pessoa simpática. Mas simpática com o quê? Simpática com as coisas do mundo? Simpática com o pecado? Simpática com outras religiões? Simpática com uma maneira vã de viver? É isso tudo e mais. Ah! É necessário fazer também algumas coisas que os crentes fazem, do tipo: carregar uma bíblia, cantar os mesmos cânticos, usar alguns jargões, comprar aquela camiseta com uma gíria evangélica, aproveitar tudo que o mundão oferece, como por exemplo: pousar nu para revistas masculinas, rebolar de forma luxuriosa músicas profanas de letras chulas e poesias pobres em cima dos palcos, trios e Lages. Tomar cerveja à vontade. Fazer filmes pornôs, roubar dinheiro público e em seguida fazer uma bela oração de agradecimento a Deus pelo dinheiro “enviado”. Defender a prática do homossexualismo, o aborto, as drogas e a bigamia como liberdade de escolha. Isso é ser evangélico? Então, categoricamente eu posso afirmar: EU NÃO SOU EVANGÉLICO!
EU SOU CRISTÃO! Ainda que a locução esteja fossilizada rococó e seja sinônima de perseguição, EU SOU CRENTE. Ainda que eu esteja caminhando na contra mão do existencialismo humano, “pois larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela” (Mt. 7.13), Ainda que alguém possa achar que não, EU SOU CRISTÂO. Mesmo que tenha pecado, o que venha a pecar, sou CRISTÃO, CRENTE. Tenho prazer em ser crente e quero ser chamado de CRISTÃO. Sou CRISTÃO, e tenho alegria em levar minha Bíblia debaixo do braço; sou CRISTÃO e tenho a felicidade de dizer que sou separado de muitas coisas do mundo e de chamar tais coisas de pecado; AINDA QUE PECADOR. Sou CRISTÃO e tenho o prazer de dizer que amo a Deus e a Jesus; sou CRISTÃO e tenho o prazer em ir à igreja, domingos e durante toda a semana. Sou CRISTÃO e tenho o prazer de ver que as pessoas me olham, tanto as não crentes quanto as evangélicas, de uma forma diferente; ou seja, de alguém que é quadrado, bitolado, desinformado e ultrapassado – e, isso eu não sou – mas, SOU CRISTÃO. Sou diferente por ser CRISTÃO, sou CRISTÃO, por ser diferente.
Christus est vitae essentia.
Texto escrito em 16 de Janeiro de 2014...mas, atualíssimo.