A FORMA COMO VIVEMOS, NOS TORNAMOS!
Antes de tecer meu comentário, que vai logo abaixo, quero citar Nietzsche: viver intensamente tornar-se o que se é, p. 22 e 23 O übermensch (esse além-do-homem) é, portanto, aquele que destrói velhas tábuas da moral e cria novos valores. Ele tem que transmutar todos os valores que até agora conceberam um tipo humano medíocre, por isso ele opera com aquilo que Nietzsche chama de trans-valoração de todos os valores, isto é, atravessar todos os valores medíocres, (...) Valores que não mais criem tipos humanos fracos, vingativos que odeiem este mundo, esta vida, que são ressentidos com relação aos mais fortes, mas tipos que amem esta vida sem a necessidade de recorrerem a uma vida além-túmulo Tais novos valores devem criar tipos humanos voltados para o além-do-homem, novos tipos humanos que têm um plus, um “a mais” de vida. (Página 25)
Quem viveria quantas vezes fosse necessário toda a sua vida, e diante de tantos sofrimentos e dissabores, mas também frente a todas as alegrias e prazeres, dizendo um eterno sim à vida como ela é, sem escapes metafísicos? Quem?
Percebi ao longo dos anos de vida que carrego, que transmutamos em nosso viver. Querendo ou não! As mudanças são inevitáveis: Social, biológica, psicológica, fisiológica, ideológica etc. Mudamos! às vezes, planejadas, às vezes circunstancialmente; para pior, para melhor; mas, o fato, é que mudamos. É inevitável. E Mudar, é preciso, livre, ou compulsoriamente. O além do homem procura valores novos, que não sejam pequenos, medíocres, medianos, na filosofia nietzschiana é sempre buscado mais da vida, um plus, um ponto maior, arriscar-se, se lançar no amor fati, (do latim amor, nominativo singular de amor, óris - genitivo de singular fatum 'desttino') viver intensamente e bem.
Quando se vive o ressentimento, a vida se torna pesada (quando ler o Assim falou Zaratustra, pense nesta questão), é um viver leve, o bailar com a vida. A vontade de potência, significa esta vontade de vida de se superar de ser feliz, de não ficar ressentido com o destino. Não ser vingativo, o texto acima demonstra isto, quando queremos vingança deixamos de viver nossa vida para viver este sentimento.
O segundo texto fala sobre o eterno retorno (gaia ciência, texto que te passei), dizer um sim à vida, a esta vida (amor fati), quando ele diz escapes metafísicos, quer dizer pensar em outro mundo, em um lugar perfeito, uma vida sem os desafios cotidianos, a metafísica, nesta crítica do filósofo, seria um outro mundo, onde o bem e mal já esta pré-estabelecido, aí entra também uma crítica a religião, esta busca por perfeição, por eternidade, por modelos para se seguir, assim como seus sacerdotes, que ditam como deve ser a vida. O que se pode e não pode fazer à luz da religiosidade, que eu chamo, de desgraça da humanidade em outros dos meus texto, não querendo entrar no mérito da questão. Em resumo quero dizer que como vivemos nos tornamos. Em outras plavras: somo produto do meio, salvo, algumas raras exceções.