ESQUIZOFRENIA: "UMA ESTRANHA DESTRUIÇÃO DAS CONEXÕES PSÍQUICAS INTERNAS".
O termo Esquizofrenia, foi cunhado pelo psiquiatra Eugen Bleuler, do grego Skhizen (dividir) + phren (pensamento, mente). O poeta e filósofo romano Lucrécio usa o termo "demência" para estar fora da própria mente.
Para Emil Kraepelin esquizofrenia é "Uma estranha destruição das conexões psíquicas internas". Uma "demência precoce, hoje conhecida por esquizofrenia, como sendo uma série de estados clínicos cujo denominador comum é uma destruição peculiar das conexões internas da personalidade psíquica". Kraepelin percebeu que a doença, caracterizada por confusões mentais e comportamento antissocial, comumente manifesta-se do começo da adolescência ou no início da via adulta, que ele divide em quatro categorias: A primeira, é a demência 'simples' que é um lento declínio e recolhimento. A segunda, é a paranoia que se mostra sob forma de medo e delírios persecutórioso. Os pacientes reclamam de estarem sendo "seguidos" ou de estarem "falando sobre eles". E a terceira, a hebefrenia, é caracterizada por um discurso incoerente e, com frequência, por reações emocionais e comportamentais inapropriados, como rir alto, gargalhando, em situações em que o momento requer tristeza. A quarta categoria é marcada, segundo Emil, por uma extrema limitação dos movimentos e das expressões, como rigidez corporal. O indivíduo passa horas numa mesma posição; ou, horas em atividades em excessos - como balançar para frente e para trás repetidamente. Grupo de distúrbios psicóticos com duração maior que seis meses, caracterizados por perturbações no pensamento, na percepção, no afeto, no comportamento e na comunicação.
Apesar de haver várias teorias para explicar o desenvolvimento do distúrbio, a causa da esquizofrenia é desconhecida. Podem estar envolvidos fatores genéticos, à medida que parentes próximos de uma pessoa com esquizofrenia são mais suscetíveis a desenvolver a doença. Fatores psicológicos e sociais, como famílias desestruturadas e problemas interpessoais, podem também contribuir para o desenvolvimento da esquizofrenia. Foram reconhecidos 5 tipos de esquizofrenia: catatônica, paranoide, desorganizada, indiferenciada e residual. As características da esquizofrenia incluem: o aparecimento antes dos 45 anos de idade, presença de sintomas por 6 meses ou mais e a deterioração nas atividades que envolvem os cuidados pessoais, as atividades de trabalho e os relacionamentos sociais.
Podem estar presentes sintomas psicóticos durante a fase ativa, os quais podem incluir dois ou mais dos seguintes: delírios: crer de forma infundada que seus pensamentos são verdadeiros, mesmo em face do contrário. alucinações: percepção sensorial sem qualquer estímulo externo e que pode acometer a audição, o paladar, a visão, o olfato e o tato. incoerência (ininteligível): pensamento desordenado e sem conexões lógicas comportamento catatônico: comportamento motor bizarro caracterizado por diminuição da reatividade ao ambiente ou hiperatividade não relacionada ao estímulo embotamento emocional: aparência ou humor que não expressa qualquer emoção.
Não há uma característica que esteja presente em todos os tipos de esquizofrenia. Acredita-se que a esquizofrenia acometa 1% da população e, entre os fatores de risco, se inclui a história familiar. A esquizofrenia na infância geralmente se manifesta depois dos 5 anos de idade e pode ser difícil de diferenciar do autismo. A esquizofrenia na infância acomete igualmente meninos e meninas e geralmente há antecedentes familiares importantes.
Tipo catatônico: distúrbios motores, estupor, negativismo, rigidez, excitação. Pode ser incapaz de cuidar de si mesmo. Diminuição da sensibilidade a estímulos dolorosos.
Tipo paranoide: delírios de perseguição ou de grandiosidade, ansiedade, raiva, violência, argumentativo.
Tipo desorganizado: incoerência (ininteligível), comportamento regressivo, embotamento emocional, delírios, alucinações, risadas inapropriadas , maneirismos , retraimento social
Tipo indiferenciado: pode apresentar sintomas de mais de um subtipo de esquizofrenia.
Tipo residual: os sintomas mais proeminentes da doença melhoraram, mas podem permanecer algumas características como as alucinações e a falta de afetividade.
5.1. Sinais e exames: O diagnóstico de esquizofrenia é difícil e controverso. Os fatores abaixo podem ajudar no diagnóstico, mas não o confirma: modo e ambiente de criação , antecedentes genéticos e familiares. Presença de fatores de estresse na pessoa afetada. Grau de atividade antes da doença, curso da doença, resposta ao tratamento. Tomografia computadorizada da cabeça revelando ventrículos cerebrais alargados.
Antes mesmo de receber o nome que lhe deu Bleuler, essa forma de loucura fora descrita pelos médicos do século XIX com uma demência em estado puro, caracterizada por um retraimento do sujeito para dentro de si mesmo. Contornado por Sigmund Freud que preferia fala de "parafrenias", o termo impôs-se, entretanto, na psiquiatria e na psicanálise, para caracterizar, ao lado da paranoia e da psicose maníaco-depressiva proveniente da melancolia, um dos três componentes modernos da psicose em geral.
Autor: Jeovan Rangel - Bibliografia, Dicionário de psicanálise, Elisabeth Roudinesco e Michel plon / e O Livro da Psicologia - Globo Livros. O título: (Emil Kraepelin).
Parte integrante de minha monografia - curso psicanálise: texto de 2012