NÃO SABEMOS O QUE FAZER ATÉ O MOMENTO EM QUE DECIDIMOS TENTAR.
O livro “A Expedição Kon-Tiki” narra a odisseia de seis homens que liderados por Thor Heyerdahl numa jangada feita de pau-de-balsa — madeira mais leve que a cortiça — determinados, singraram as águas do imenso oceano Pacífico indo do Peru até a Polinésia apenas, para provar a tese de que os antigos americanos podiam ter desenvolvido habilidades muito avançadas para a navegação em alto mar e, que, portanto, podiam muito bem ter chegado à Polinésia da mesma maneira como estavam eles fazendo agora; destarte, provariam que as ilhas do Pacífico poderiam ter sido povoadas a partir da América do Sul. A expedição vivera as mais variegadas emoções. A indecisão era algo vivenciado a todo instante, pois, cada momento surgia situações adversas em que eles, coletiva ou individualmente, tinham que tomar decisões. E, na maioria das vezes, debaixo de pressão, correndo contra o tempo e enfrentado o pior inimigo: o medo. Desnorteados velejaram por meses fora da rota marítima. Enfrentaram tubarões, fortes tempestades e ondas gigantescas. Não em rara ocasião, o emocional daqueles homens estava enfraquecido, não dando a menor importância ao que lhes pudesse acontecer. Não obstante, aos muitos infortúnios, mantiveram-se firmes no propósito de alcançarem o objetivo por eles deliberado. De que forma? Tentando! Quando o povo de Israel, libertos da escravidão egípcia, e conduzido naquela fuga, também, épica; deparou-se com o desmoderado e agitado mar à sua frente, montanhas íngremes e rochosas a ladeá-los, e atrás, o belicista Faraó com todo seu arsenal bélico a persegui-los. Moisés defrontara-se com o impossível e inimaginável; e, somente saberia o que fazer se tentasse! E tentou. Era impossível à mente humana conceber, imaginar, compreender, e aceitar o que iria acontecer a partir daquele simples toque de um cajado agreste, sobre aquelas agitadas águas de mar revolto. É claro que como nós, em muitas situações, Moisés também não sabia o que fazer naquela hora. Estava perdido, e exasperado; amedrontado e acuado como todos que ali estavam e, sobre o peso de um medo imposto pela responsabilidade que tinha por todas aquelas vidas. Ele não podia errar. Deus, não deu a Moisés um roteiro dos sucessivos acontecimentos, ao deixar o Egito, não! Ele não assistiu a um filme com todos os resultados já vaticinados. Os resultados se fizeram reais a partir de todas as suas tentativas por conseguinte, de suas ações. Lembre-se, foram dez ao todo, dez miraculosas ações; e, apenas na décima, ocorre o resultado. Agora diante da pressão, do medo, da sensação de impossibilidade, e de que tudo estava acabado, dirige-se ao mar e resolve tocar às águas. E a toca. O sobrenatural acontece aos olhos incrédulos de todos que ali estavam, talvez, até mesmo ao dele. A vida também é assim, uma viagem cheia de peripécias e aventuras surpreendentes que em muitos momentos se nos apresenta com gigantescas e variegadas dificuldades a nos fazer pensar em desistir. A entregar os pontos não tentando mais nada. São aqueles instantes em que nos sentimos a deriva num mar de incertezas em busca de uma linha distante no horizonte buscando enxergar um porto onde possamos abalroar a nossa Nau; às vezes, já cansados, sem vela, sem mastro, sem rumo e sem vontade de tentar qualquer coisa, pois já tentamos de tudo, e tudo apenas redundou em fracasso. Não temos mais para aonde ir, para quem pedir ajuda. Olhamos para os lados, para frente e para trás e o que vemos são lutas e dificuldades. Nosso único desejo agora é de soltar o timão e nos deixar arrastar pelas ondas bravias de um mar revolto a nos tragar e colocar um fim à nossa indigestível indecisão. Tomar decisões quando já não aguentamos sequer ficar de pé quando o menor e mais calmo dos ventos nos desestabiliza revelando toda a nossa fraqueza, não, é algo tão simples assim. É difícil! Todavia é preciso tentar. De repente o milagre só vai acontecer nessa última tentativa, nessa que nós não acreditamos mais. Quando já jogamos a toalha? Mas, como Thor, como Moisés, não desistamos. Você pode não ter a mínima ideia do que vai acontecer; mas, tente! Você pode surpreender-se! Na vida sempre haverá momentos quando as tempestades desabarão sobre você, com seus ventos fortes gélidos destruidores e impetuosos, que levarão tudo não deixando nada e, nesses momentos, ainda você será obrigado — na maioria das vezes — sentado em meio ao caos, decidir inadiável e intransferível. É você que terá que fazê-lo. E às vezes, sem ter tempo que mensurar comedir ou de planejar. Você somente saberá o que fazer se decidir tentar; ainda assim, quero te alertar: não significa que você irá acertar, pode ser que o resultado não seja o esperado por você; porque o erro, ainda é uma realidade presente. Mas daí? Continue tentando quantas vezes forem necessárias. Não desista, levante-se agora, tome o leme em suas mãos, caminhe em direção ao gigantesco mar (problema) toque-o com seu rústico simples e aparente impotente cajado, e verás o tamanho, a cor e o poder do milagre em sua vida.
IESUS REX VIA, VERITAS ET VITA.