MUNDO DE PESSOAS IMPERFEITAS

Jeovan Rangel

Vivemos no reino das pessoas imperfeitas. “A esperança é o melhor conforto para a nossa condição imperfeita.” — Edward Gibbon

Todos convivemos, ou ainda conviveremos, com pessoas imperfeitas. A imperfeição — seja técnica ou comportamental — é uma constante imutável da nossa natureza. E isso nos alcança a todos.

O que fazer?

Uma boa disposição começa pelo reconhecimento de que nós também somos imperfeitos. Somos imperfeitos nos relacionando com outros imperfeitos. Embora demande coragem, a humildade é um privilégio dos sábios.

Em nossos relacionamentos, podemos ser menos professores e mais alunos, aprendendo uns com os outros. Muitas vezes, um chefe espera que um colaborador esteja pronto para exercer bem suas atividades, mesmo sem nunca ter investido em sua formação. Mas os bons não nascem prontos — eles aprendem. E como aprenderão, se ninguém os ensinar?

Muitos pais exigem dos filhos atitudes que jamais lhes ensinaram. Carregam expectativas que nunca expressaram com clareza. Muitos amigos não criam condições para que os outros cresçam. Se queremos pessoas menos imperfeitas, precisamos cooperar com elas para que melhorem. Se têm dificuldades, devemos contribuir para que as superem.

Para que nossos relacionamentos melhorem — e, com eles, o ambiente em que vivemos ou trabalhamos — precisamos ouvir a história do outro:

Que oportunidades teve?

Que feridas carrega no corpo e na alma?

Que dramas superou?

Que sonhos ainda acalenta?

Ao conhecermos suas jornadas, talvez nos lembremos daqueles que, em vez de nos eliminar ou ignorar, nos ajudaram a nos tornar pessoas melhores. E, com generosidade, podemos agora fazer o mesmo com o outro.

Pense nisso, amigo leitor.