VESTÍGIOS DE AGONIA
Autor: Jeovan Rangel
Estranhos frutos de antigas reminiscências
cobrem-me em sua pênula, renitente nostalgia,
que me afana exíguos instantes de alegria:
estertor desalmado de minha consciência.
Urge que eu me queime a ferro em brasas
quando me traz à lembrança uma vida de algia.
Aduz-me a um passado de pura abstemia,
quando arranca a ferro o pêndulo de minhas asas.
Funesta quimera, allure que me toma agora,
óbice que orna a noite de uma madrugada fria,
que ecoa gritos na escuridão lá fora,
devastando almas, roubando-lhes a alegria,
deixando passível a minha, que agora chora,
vendo a morte me assistir... em minha agonia.