Exagerada companheira és tu,
algoz de minha pretensão.
Junges-te a mim amásia de minha
alma, instigas-me a calma, amarga solidão.

Onde quer que vá atormentada
amiga, estás comigo.
És meu axioma, minha sina, o
meu castigo; pois onde quer que
eu chegue, onipresente solidão.

Olhando o negror do céu,
és tu presença certa.
Se tiro o manto de tua inquisição
já não me pasmo pela descoberta;
lá estás tu, inconcussa, solidão.

Estás nos mais inóspitos lugares,
na lua, no sol, nos mares.
Se vôo nas as do pensamento,
és o meu rebento, meu infligir; e
até mesmo parte de mim, és solidão.

Hoje sou parte de ti, e tu, parte
de mim e minha devoção.
Se amalgamado estamos por
fim, e não há como fugir de ti...
Morramos ambos ensimesmados,
assídua solidão.