Ventos que desprendem da palmeira as palmas,
Que vergam os esguios coqueirais,
Afagam meu rosto e me tornam absorto,
Rasgando do meu corpo o farrapo da alma.
Sibilas tua força em meu ouvido,
Fundindo-se ao marulho das ondas do mar.
Arranca do meu peito esse amor tão sofrido,
Pois, sem alma, já não consigo mais amar.
Ventos que me trazem o perfume dela
E nas nuvens esboçam seu rosto formoso...
A dor que me impões se faz moldura de tua tela!
Na obra do artífice que no céu se revela agora,
Mostras-te aos meus olhos como a arte mais bela.
E, em meio a essa aquarela, minha alma, alegre, chora.
Autor: Jeovan Rangel
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À beira-mar, reminiscência e complacência se entrelaçam: ondas, ventos, céu azul salpicado de nuvens — instrumentos indispensáveis para o florescer da sensibilidade e o desvelar da alma.
A música? From This Moment – Shania Twain