Porque choro se não tenho lágrimas,
por essa dor obstinada que teima em doer!
Se hoje teimo em sorrir nesta minha vida,
É porque sou obstinado e sei bem o que é sofrer.

Quem se cala não ouve a voz dos gritos
que de tanto surdos já não dizem mais nada,
A eles que antes, diziam coisas tão lindas!
Belas histórias, contos de fada.

Deixe que eu grite e que gema a minha dor,
Uivando pra lua como cachorro que chora
Ao perceber a distancia entre ele e seu amor,
Lágrimas secas em meu rosto rola.

Agonizo com a possibilidade de tê-la novamente lasciva
Em meus braços, linda, sensual e carente.
Teu corpo contorcendo de forma agressiva,
Expulgando de dentro dele todo desejo ardente.

Choro por razões incontidas
Como todos os poetas já choraram.
A eles a menor importancia sentida,
Pelos muitos amores que gritaram!