Não floresceu a rosa...
Quem floresceu foi o dia!
O sol permanece vivo,
E, entre nuvens, em poesia,
Teu rosto então surgia.
Não há rosas no roseiral...
Mas há fogo no calor do sol!
Teu rosto — ramos seguros,
E a seiva, em tom maduro,
Veste o céu com arrebol.
A roseira já não dá...
Murchou sua cor, findou seu perfume.
Mas, do vazio da minha alma,
Transborda — viva e sem espuma —
Tua chama, que me inflama.
Na vida, não há escarmento,
Pois tua luz brilha em mim.
De ti vem todo o sustento;
E o brilho dos teus olhos,
Brilhará... até o fim.
Paixão... amor... gotejam,
Gotejam fartos dos céus!
Dos sonhos és o perfeito,
Que se esconde — feito enredo —
Por trás de um sutil véu.
Que me falte o mundo inteiro... que me importa?
Tenho-te, deusa de Vênus, soberana!
Nada me falta se me tens por inteiro.
Se morto, vivo; se vivo, agonizo,
No doce veneno que tua pele emana.