AUSÊNCIA
(Versão aprimorada)
A escassez da tua presença
me deixa preso... em estranha dormência.
É êxtase... e incoerência,
um sofrer que, louco, me faz feliz.
Que fiz eu, pra merecer tal dor?
Brotada desse malquerido amor —
que nasce da seiva de uma flor —
e se ergue... força estranha, motriz.
Sinto-me alheio, sem direção.
Um bobo... lépido, lesto, em suspensão,
diante do espelho da minha renúncia.
E, remissivo, observo... me desluzir.
Fósmeo, ilógico — que sentimento vil!
Talvez, quem veja, até ache pueril...
Que se faça elogio à atimia do instante,
e, tresloucado, se compreenda este amor delirante.
Teus beijos... são limão com mel.
Doce fel. Dúlcido ácido. Pura essência.
Sorvê-los... é provar o frescor da menta,
é beber da fonte — olho d’água que me sustenta.